Sinto ele mexendo aqui dentro
Quer sair, parir e chorar para ser ouvido
Vai se alimentando de minhas impressões
Dos amores ressecados pela ilusão
Do desejo de desejar
Embrião de letras
Soletra no espaço em que podes me olhar
Agora que me lês, leitor
Minha mensagem é quente de tão fresca
Estacionada, latejante, pujante a explodir
Não pretendo que me aprecies
Pois me reconheço sem regras e estética
Talho meus textos com um canivete despretencioso
Quero mais que isso, quero estar letra a cara
Você me lendo e eu te olhando fundo nos olhos
Solto o verbo a te encontrar
Dessa nossa fusão nada espero
Senão passear dentro de tua alma
E armar algum pensamento
Te alimentar com algum fragmento
E te deixar esse texto que pariu.
Claus Jensen
Blumenau/SC | 09/10/2010 - 2h45