Tão quietinho

O silêncio tá me assustando
Falta o movimento das horas que passam muito rápido
Porque estar com você, as torna invisíveis.
Sua risada acolhedora, que parecia interminável
Só volta quando as lembranças as chacoalham.
Nossas palavras, que antes viajavam por tão diversos assuntos
Pararam na sombria calada da madrugada de um lugar no passado.
Porque chamei de passado, se não passa?
As fotos que guardei, ainda sorriem sobre a estante.
Parece que viraram um papel de parede imaginário.
Em tudo que olho, tem um pedaço de nossa vida.
Sei que devo esquecer, que preciso me curar dessa ressaca que leva seu nome.
Mesmo que o entorpecer me levou ao êxtase de tudo que é bom.
Na nova manhã, de amanhã, quero olhar um novo sol
Quero me cegar com o brilho do passado
E enterrar de vez esse ex-futuro.
Talvez quando o silêncio de nossa alma nos aflige
Tenhamos que aprender a fazer um novo barulho.
Então armarei minha orquestra de vida e deixarei quietinho
Escondidinho, num cantinho, com muito carinho,
Esse pedacinho seu de vida, que dividi por tantas vezes.
Resolvi que a melhor forma de ser feliz
É aumentar o volume da intensidade de novos momentos
Que ficar quietinho, deixa um som, impossível de ou"viver".
Claus Jensen - Blumenau / SC - 28/8/06 - 19h20

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