Calmaria superficial

Como definir a tua estética?
Talvez ser alvejado por uma súbita estática?
Um congelar do tempo?
Não pisquei, para otimizar tua imagem em minha retina
Sabia que no outro dia, não te veria.

Teu estado à ser admirado
É uma construção, onde o corpo é detalhe
E assim, de detalhe em detalhe
Você se entalha em "ser" suas qualidades
E eu encalho nesse mar, onde um sonho impossível naufraga.

Não deveríamos aceitar essa palavra
Já que tudo tem uma forma possível de ser
Mas quando se vive em lados opostos
E a aproximação está envolta nas formalidades da amizade
Aceito inquieto, a minha calmaria superficial.

Vou me conformar com os filmes que não assistiremos juntos
Com os dias que não te acordarei sussurando um poema
A música que não escutaremos, cantando de mãos dadas
Tua curiosidade, que terias sobre o livro que estou lendo
E o frio, que não abrigará nosso calor, sob um mesmo cobertor.

Claus Jensen | Blumenau/SC | 24/02/11 - 18h09

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