Nem que seja te esperando

Deitado na luz alva florescente
Planto palavras sob a chuva de notas de jazz
O contra baixo com seu tuuum-tum-tum
As cordas do piano, respondem ao toque de dedos
As páginas de desse novo livro me trilham por mais vida
Mistério, ficção, aventuras, paixão
Tento imaginar se essa melodia
Fosse o roteiro pré-escrito de um fogo
Olhares contidos faiscando desejos
Paralisados na segurança de não querer parecer fácil
Agora o livro, a música e você ficam mais visíveis, sem os olhos abertos
Meu lábio sente o seu superior
Seu cabelo se desmancha entre meus dedos
E desse pequeno sonho, acordo, embriagado
Com a certeza de que vive perto de mim
Cada um tem sua senha
Quanto menos te procurar, tanto mais o vinho vai pedir minha companhia
Seu sangue de uvas me dá as asas
Que mesmo que não são tuas,
Me sustenta no ar e tira o peso de te carregar
Porque enquanto teu amor não me encontra,
O meu caminha sobre rostos que me enganam e iludem.
Mas é que teu gostihho é para ser apreciado, nem que seja te esperando.

Claus Jensen/ Blumenau /SC, 3/8/09-4h10

0 comentários:

Postar um comentário