Salas ocultas

Espalhadas pelas terras de silício da net,
Erguem-se pequenas e grandes salas,
Habitadas por seres frágeis ou caçadores hábeis.
Nomes estranhos pipocam e saem,
Cada um em busca de alguém que também busca.
As primeiras palavras são técnicas.
Medidas, cronologia, situação civil, cor de tudo.
Depois de se manifestar a presa perfeita,
Começam a se flechar corações ou simplesmente intenções.
Algumas são verdadeiros encontros,
Outros verdadeiras subtrações e exclusões.
Almas que sufocam em seus mundos reais
Libertam-se de seus mundos conflitantes.
Surgem revelações que se escondem até de quem se confia
Bi's e homo's vão atrás daquilo que a moral imoraliza
Há também lágrimas por recentes perdas.
Diria que é nos chats que o mundo é muito mais real,
Porque corresponde ao que acontece nos meandros de nosso ser
Lá somos quem somos e deixamos de ser o que não somos.
Talvez, precisamos aprender a viver em um mundo mais real,
Tirar mais máscaras, abrir mais janelas para refrescar nossas intenções
Por enquanto, só me resta, virar mais um habitante
Carente e subnutrido das salas ocultas.

Claus Jensen | Blumenau/SC | 19h10

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